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Tornar-se mãe

  • Foto do escritor: Psicóloga Adriane Souza
    Psicóloga Adriane Souza
  • 5 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 22 de dez. de 2024

A palavra mãe tem um peso enorme para a mulher e para a sociedade. Dizem que ser mãe é algo extraordinário, quase sobre-humano... E, vivendo a maternidade e a maternagem, percebe-se que quase esperam mesmo que a mulher que é mãe seja mais que humana. Afinal, exige-se que ela dê conta de tantas coisas ao mesmo tempo — tudo isso enquanto lida consigo mesma, com as transformações físicas e emocionais de tornar-se mãe.


No momento em que vem o positivo, a mulher já sente a transformação. Tudo parece diferente a partir dali. O cuidado consigo mesma aumenta, pois cuidar de si, neste momento, é cuidar da criança que está se formando dentro dela. Nunca haverá outro momento em que dois serão um, e, por isso, a gravidez pode ser mágica. Mas não nos enganemos: a gravidez também pode ser desgastante. Afinal, são muitas mudanças físicas e no estilo de vida.


A gravidez exige hábitos que talvez a mulher não tivesse antes. Ela precisa lembrar-se de se alimentar, beber bastante água, estar atenta ao banheiro, não se esforçar além do que consegue. As quedas de pressão, os enjoos e os mal-estares são uma constante para muitas grávidas.


Para a mulher, a criança já é presente e real desde sempre. Porém, quando nasce, ao contrário do que muitos pensam, não nasce junto uma mãe. Esse sentimento e esse conhecimento vêm com o tempo.


Aprende-se a ser mãe desde cedo, com os exemplos que vivemos em nossa família ou na mídia. É uma construção. E, quando a criança nasce, e o corpo finalmente é separado, a "ficha cai". A insegurança aparece.


Agora, não são mais um; são dois, separados. Não basta mais apenas cuidar de si para estar cuidando da criança. O primeiro contato, a primeira mamada, a primeira troca de fralda podem ser esquisitas para uma nova mãe. Ela sabe o que fazer, mas, pela primeira vez, está fazendo com o seu bebê, a sua responsabilidade, o seu cuidado. É diferente de observar alguém ou de cuidar do filho de outra pessoa.


Neste momento, a mulher começa a sentir o peso de toda a responsabilidade que é cuidar de um recém-nascido — e também do julgamento da sociedade. A insegurança não vem só da inexperiência, mas também do medo de não corresponder às expectativas dos outros.


Tornar-se mãe é viver a experiência incrível de ver uma criança crescer, aprender, espelhar-se em você e te amar, mesmo quando você sente que não está sendo boa o suficiente.


Tornar-se mãe é aprender a amar essa criança que, mesmo tendo saído de você, ainda é um desconhecido. É aprender a amá-la mesmo quando ela não te deixa dormir, tomar banho ou comer em paz.


Tornar-se mãe também é lembrar que isso é mais uma parte de quem você é — e não a única coisa que você é ou pode ser. A mulher ainda está ali. E, conforme a criança cresce e precisa menos da mãe, a mulher vai, aos poucos, retomando o seu espaço e aprendendo a ser, de forma mais natural, mulher e mãe.

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